quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Qual seu número?, de Karyn Bosnak

 Tudo que você faz na vida, seja bom ou ruim, faz de você quem você é. Não fique remoendo suas decisões, dizendo "talvez". Você não pode mudá-la.




   10,5...Essa é, segundo um jornal, a média de parceiros com os quais uma pessoa se relaciona durante a vida.
     Ao ler isso, Delilah Darling, personagem principal de Qual seu número?, de Karyn Bosnak, fica muito mais que apavorada!  Com quase 30 anos, ela já se relacionou com 19 homens... Ou seja, quase o dobro da média! Além disso, ao fazer as contas, acaba por perceber que se continuar no mesmo ritmo, aos 60 anos terá ficado com nada mais nada menos que 78 homens!!!!!!! Para piorar as coisas, segundo a matéria, pessoas que ultrapassam tal número têm maior dificuldade para encontrar o amor da sua vida.
    Assim, em pró de não aumentar ainda mais o seu número, Delilah resolve começar, com a ajuda de Colin,  seu lindo vizinho/ detetive/ ator/ barman... uma verdadeira odisseia  em busca dos seus antigos namorados. Afinal, quem sabe a pessoa certa já não esteve ao seu lado?
    Irreverente e engraçado, muito engraçado - Não são raras as vezes em que você não consegue parar de rir. Quando chegarem até a parte dos muppets e dos fantoches vocês entenderão :) - o livro de Karyn Bosnak é voltado para o público feminino, mas não qualquer público feminino e sim, um livre de  alguns preconceitos.
    Bosnak criou uma personagem que se assume como uma mulher fácil: Meu nome é Delilah Darling. Tenho 29 anos. Sou solteira e, bem... sou uma mulher fácil. Pronto, falei. Sou fácil. Sou mesmo. Agora você sabe. Tal construção, à primeira vista, pode assustar, afinal ainda se vive em uma sociedade em que algumas mulheres são julgadas, muitas vezes pelas próprias mulheres, por ficarem com vários homens. 
   Delilah, assim como diversas outras mulheres, se relacionou com vários homens por amor, diversão, compaixão ou raiva. E qual seria o real problema disso?
    Essa é uma das perguntas respondidas em Qual seu número? Um livro que fala de uma pessoa, que como quase todas as outras só quer ser feliz e ter a oportunidade de encontrar o amor da sua vida, ou pelo menos de uma parte da sua vida, porque o amanhã é o amanhã, claro!, e os amores podem mudar... ou não...






terça-feira, 19 de junho de 2012

Olá, pessoal!!!!!
Estou com muita saudade de escrever para vocês... Estou no meio do caos do fim do semestre e não tenho tempo nem  para respirar, mas acho que daqui duas semanas tudo acaba e eu volto cheia de resenhas e novidades para vocês ;)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Quem você seria?


Hoje, vi um vídeo em que Carlos Fuentes, escritor mexicano que faleceu ontem  (15 de maio de 2012), dizia que se fosse um personagem literário seria Helena de Troia, pois apesar de esta ser um personagem sem uma grande construção, trata-se de uma mulher belíssima capaz de provocar uma paixão avassaladora que culminou na tão conhecida guerra de Troia.
Isso me fez pensar que eu não faço a mínima ideia de quem eu gostaria de ser. Normalmente, quando estou lendo um livro me identifico com determinado personagem, vivo sua vida intensamente e por vezes, durante a leitura, até desejo ser ele, ser como ele, mas depois que as páginas terminam tal personagem torna-se um velho amigo que um dia, talvez, eu volte a ver.
E, vocês? Vocês sabem que personagem literário gostariam de ser?

domingo, 15 de abril de 2012

1º A hora e a vez dos Clássicos: Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll

    O nome Lewis Carroll, muitas vezes, não traz nada à lembrança, porém dificilmente há uma pessoa que nunca tenha ouvido falar de sua obra mais famosa, Alice no País das Maravilhas.
    A história da menina que por seguir um coelho muito atrasado acaba por cair em sua toca e vai parar em um mundo fantástico foi criada durante um passeio de barco em 4 de julho de 1862, para entreter 3 garotinhas -entre elas estava a Alice real-. Meses depois, Carroll deu à essa Alice um manuscrito com a narrativa inventada, com a seguinte dedicatória " Um presente de Natal para uma criança querida, em memória de um dia de verão".
    Como se vê, Alice no País das Maravilhas foi criado para uma criança. Talvez seja por isso que até hoje muitas pessoas acreditem que essa obra é, exclusivamente, voltada para o público infantil. Porém, ao lê-la atentamente percebe-se que não é bem assim. Lewis Carroll escreve de uma forma amplamente trabalhada e faz de uma história que, em princípio, parece simples, uma mera fantasia de criança, um espetáculo de imagens imerso em elaborados jogos de palavras e complicados desafios de lógica.
    Tais elementos contribuem para que o livro tenha uma atmosfera nonsense. O que quer dizer que as situações não são apresentadas com muito sentido, os diálogos dos personagens, por exemplo, muitas vezes são um amontoado de frases sem nexo. A obra é como uma noite em que se sonha diversas coisas que se ligam sem uma explicação clara.
    A personagem Alice não é uma criança de 7 anos normal. Ela é extremamente crítica e questionadora. Em suas falas existem questionamentos existenciais, políticos e, por vezes, entende coisas que muitos adultos ainda não puderam compreender.
    Segundo alguns críticos, Alice no País das Maravilhas  destina-se à crianças-adulto e a adultos-criança, afinal, tem-se que ser um pouco criança para aceitar mergulhar, sem restrições, em um  mundo completamente diferente do real. E, tem-se que ser um pouco adulto para enxergar tudo que pode existir em cada detalhe desse livro já tão amplamente estudado, mas ainda tão cheio de coisas a serem descobertas.
    
    

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Olá, pessoal!
Quero pedir desculpas por ter ficado tanto tempo sem colocar nada de novo para vocês. As aulas do meu último ano de faculdade começaram, juntamente com minha monografia, os trabalhos começaram e, eu não estava conseguindo me organizar. Mas agora espero conseguir postar algo, pelo menos, uma vez por semana e se não for conseguir eu aviso. Combinado?
Ainda esta semana postarei um texto sobre "Alice no País das Maravilhas" e, acho que também algo sobre "Alice através do Espelho" e como acabo de terminar de reler "A História Maravilhosa de Peter Schlemihl" semana que vem vocês saberão um pouquinho mais sobre esse livro.

Até breve ;)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Los Angeles, de Marian Keyes


Se você fosse uma comida, qual seria?

“Tudo bem, eu sabia que jamais poderia ser descrita como, digamos um after eight (‘fino e sofisticado’), nem como uma bolacha de gengibre e nozes (‘dura, mas interessante’). Também não via nada de errado em ser uma torta inglesa (‘recheada de mistérios’). Em vez disso, eu era a coisa mais idiota e mais sem sabor que alguém podia imaginar – iogurte natural à temperatura ambiente -.” Essa é Margaret, ou melhor, Maggie, personagem de Los Angeles, sexto romance de Marian Keyes. Tida por todos de sua família como a filha mais certinha e perfeita, ninguém nunca poderia imaginar que algo de extraordinário ou fora da linha fosse acontecer na vida dessa mulher até que... Ela perde o emprego, abandona o marido e parte para a agitada Los Angeles. É nessa cidade tão procurada por quem sonha em ser uma estrela de cinema que Maggie vai tentar se descobrir e se entender. Será ela apenas um mero iogurte à temperatura ambiente?
O romance de Keyes é aparentemente truncado no início. Não que nada aconteça, pelo contrário. Mas é como se existisse algo de errado, as coisas não fluem. Contudo, isso não poderia ser diferente afinal, Maggie está em meio a um furacão, tudo a sua volta está de pernas para o ar: foi demitida de um emprego do qual nunca saiu da experiência; o simples desejo de comer trufas fez com que descobrisse que Garv, seu marido, tinha outra; e por fim, mas não menos trágico, se viu obrigada a voltar para a casa dos pais. Realmente, não se pode dizer que a vida dela está fluindo com a maior leveza do mundo.
Com o virar das páginas o já famoso humor da autora desponta e a obra ganha dinamismo. A cada Martini tomado com as amigas, descobertas amorosas (sejam essas do passado ou do presente) e lágrimas, muitas lágrimas, o leitor se apaixona mais e mais pela personagem de Keyes e se torna capaz de dizer se ela é ou não um simples iogurte.
Los Angeles é como aquele tipo de pessoa para qual, à primeira vista, não se dá muita confiança, mas que com o passar do tempo se mostra um alguém digno de ser um grande amigo, daquele que ri e chora com você.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

  Olá, pessoal!
  Só para avisar que a próxima resenha será sobre o livro Los Angeles, de Marian Keyes, que estou terminando de ler. E que em breve teremos um especial Lewis Carroll!
   


  Aguardem!

Anna e o Beijo Francês, de Stephanie Perkins


   Passar um ano de sua vida estudando em Paris não era exatamente o  que desejava a personagem de Anna e o Beijo Francês, romance de Stephanie Perkins. Na verdade, sair de sua casa, do seu país, no exato momento em que tudo parecia perfeito não estava realmente em seus planos...  Anna tinha ao seu lado sua melhor amiga, um emprego do qual gostava e um namoro prestes a acontecer. Mas seu pai, um escritor de best sellers de mau gosto, havia decidido: Ir para a Cidade Luz era o melhor para ela e nada o faria mudar de ideia. Assim, lá se foi Anna em um voo direto rumo ao encontro de uma nova cultura e, é claro, de um novo amor. Afinal, ela está em Paris! Um dos lugares mais românticos do  mundo. Porém, o novo amor, Étienne St. Clair tem namorada. E agora?
   As primeiras páginas do livro de Perkins não são muito animadoras. Falta um pouco daquele encanto capaz de prender o leitor desde a primeira palavra. As coisas demoram a acontecer e a sincronia entre o jeito da narrativa e a leitura não se dão de imediato. Mas se o leitor tiver um pouco de paciência será recompensado .
   Em Anna e o Beijo Francês pode-se caminhar pelas ruas de Paris, e por vezes, se pegar sonhando em, de fato, conhecer os lugares descritos, ao mesmo tempo em que compartilha com Anna as angústias e felicidades do seu amor proibido. Amor que aliás dá à obra  algumas páginas capazes de fazer o coração acelerar...
  O romance pode não começar com o pé direito, mas com o decorrer da história o leitor é fisgado e após o meio do livro já não consegue mais parar de ler.

sábado, 21 de janeiro de 2012

O Céu vai ter que esperar!, de Cally Taylor

   Encontrar o amor da sua vida, casar com ele e ser feliz para sempre é um dos sonhos de grande parte das mulheres.
   Lucy Brown estava prestes a realizar esse sonho quando, nas vésperas do seu casamento com o maravilhoso Dan, partiu dessa para uma melhor. E, então ela tem de escolher entre tentar ser um fantasma e ficar com seu grande amor ou descansar em paz. É ao redor de tal situação que o leitor se vê em "O Céu vai ter que esperar!", primeiro romance de Cally Taylor.
   A obra dessa nova autora traz em suas páginas mais do que uma história engraçada, romântica e empolgante. Taylor conseguiu transmitir tudo isso utilizando uma forma de narrar que apesar de não ser inovadora ainda surpreende. Lucy Brown é uma narradora defunta ou uma defunta narradora. Um tipo amplamente conhecido graças a "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. Porém, enquanto  Brás Cubas narra os acontecimentos de sua existência terrena, Lucy  fala sobre o que se passa em sua vida a partir do instante em que morre: suas aventuras como uma aspirante a fantasma cuja missão é encontrar amor da vida de um homem que nunca viu - e, é só a plena realização de tal missão que permitirá a personagem ficar ao lado do belo Dan- , suas descobertas nessa nova fase da sua vida, ou melhor, morte, suas tristezas e alegrias.
  Talvez Cally  Taylor tenha escrito seu livro sem nem ao menos conhecer a obra de Machado, mas pode ser também que conheça. O fato é que fez um livro capaz de cativar o leitor, de aguçar sua curiosidade e prendê-lo da primeira à última página.